Na altura dos olhos
Você já reparou no quanto olhamos para baixo?
Há algumas semanas atrás, me vi apreciando um chá e uma árvore que estava postada na minha frente. Minha cabeça estava cheia e eu tinha me comprometido à esvaziar minha mente, nem que fosse pelo tempo daquele chá. Passei a olhar com atenção para cada detalhe da árvore, começando quase que naturalmente pela raiz. À medida que meu olhar subia para caber cada vez mais detalhes, percebi um sentimento de “alongamento” no glóbulo ocular.
Foi quando eu percebi o quanto eu olho pra baixo. Eu e tantos outros. Olhamos para onde andamos, para a tela do computador, para a tela do celular, para as páginas do livro, mas quantas vezes olhamos para a linha do horizonte? E para além dela?
Me comprometi a, pelo menos por aquele espaço de tempo, olhar apenas para o que estivesse da linha do horizonte pra cima. E me peguei pensando: será que por olharmos tanto para o que tem abaixo da linha do horizonte, esquecemos que o mundo é bem maior que nosso umbigo? Será que olhar tanto pra baixo no mundo físico nos leva a nos diminuirmos?
Talvez sim.
Talvez não.
Tudo que eu sei é que por aqueles 15 minutos, meu pensamento se elevou na altura do meu olhar.
Revisão por Rafaella Küper Nóbrega, tradutora, revisora e editora, rkupernobrega@gmail.com
VAMOS CONTINUAR ESSA CONVERSA?
Os comentários estão abertos e esperando por você.